Mundo Moderno

sábado, 26 de março de 2011

O breve século XX



“Hobsbawm divide a história do século em três “eras”. A primeira, “da catástrofe”, é marcada pelas duas grandes guerras, pelas ondas de revolução global em que o sistema político econômico da URSS surgia como alternativa histórica para o capitalismo e pela virulência da crise econômica de 1929. Também nesse período os fascismos e o descrédito das democracias liberais surgem como proposta mundial. A segunda são os anos dourados das décadas de 1950 e 1960 que, em sua paz congelada, viram a viabilização e a estabilização do capitalismo, responsável pela promoção de uma extraordinária expansão econômica e de profundas transformações sociais. Entre 1970 e 1991 dá-se o “desmoronamento” final, em que caem por terra os sistemas institucionais que previnem e limitam o barbarismo contemporâneo, dando lugar a brutalização da política e à irresponsabilidade teórica da ortodoxia econômica e abrindo as portas para um futuro incerto”. (Apresentação Cia das Letras)

quinta-feira, 24 de março de 2011

Queijo assassino em Uberaba


Recebi, recentemente, uma bem humorada crítica a normatização para comercialização de queijos in natura (Portaria IMA 1117 de 10/01/11). Redigido em linguagem fluente, o texto faz uma apropriada crítica aos excessos das normatizações que invadem a privacidade dos indivíduos sem lhes dar a oportunidade de esboçarem reação.
Aprendemos que a “ideologia é um conjunto lógico, sistemático e coerente de representações (idéias e valores) e de normas ou regras (de conduta) que indicam e prescrevem aos membros da sociedade o que devem pensar e como devem pensar, o que valorizar e como devem valorizar, o que devem sentir e como devem sentir, o que devem fazer e como devem fazer”(Marilena Chauí).  Não residiria aqui um dos artifícios para a regulamentação dos queijos? Para além das questões de saúde pública, desprezou-se uma secular expressão cultural, sem que os sujeitos pudessem se expressar a respeito.
A moderna sociedade burguesa, marcada pela desigualdade, parece querer se renovar continuamente, como se o desenvolvimento técnico-científico garantisse a felicidade de todos, porém muitos não possuem o básico para a subsistência (moradia, vestuário, alimentação). Ao destruir saberes e formas de produção não se está destruindo somente a fonte de subsistência, corre-se o risco de destruição do próprio sujeito com identidade específica.
E em uma sociedade em que “tudo que é sólido desmancha no ar”, os saberes a respeito da fabricação e do consumo do queijo parecem estar se perdendo e deliciar um pão de queijo caseiro poderá tornar-se iguaria para poucos ou produto turístico.
A leitura do texto remeteu a discussão que fizemos a respeito da ideologia. Ao lê-lo, pense a respeito:
"Todas as relações firmes, sólidas, com sua série de preconceitos e opiniões antigas e veneráveis foram varridas, todas as novas tornaram-se antiquadas antes que pudessem ossificar." (K.Marx)

  "Na Terça, 22 de fevereiro, em Uberaba, houve uma “operação de guerra” na qual policiais militares devidamente armados, Procon estadual e Vigilância Sanitária derrotaram um bando de queijos. Os facínoras estavam expostos em bancas do comércio, principalmente no Mercado Municipal, ameaçando os clientes pois estavam despidos de uma embalagem à vácuo e pior, sequer portavam sua tabela de informações nutricionais.
A comunidade pode ficar tranquila, os heróis que defendem nossas vidas dos ataques desses queijos de péssima índole venceram. Quase uma tonelada foi apreendida e destruída pois era “imprópria para o consumo”.
Que bom que em meio a tantos estupros, arrombamentos, roubos de cargas, tráfico de drogas, sequestros e latrocínios, ainda exista gente para nos proteger dos laticínios.
Ora autoridades, tenham um mínimo de bom senso, a fabricação e consumo de queijos é um costume milenar no mundo e multi secular em Minas. O nome diz, queijo mineiro, feito de leite de vaca, usando coalho que por sí só já é um agente biológico que o azeda. Essa tradição, mais que centenária, nunca matou ninguém, meu trisavô já vendia queijos “marginais” em Dores do Indaiá e nunca foi tratado como bandido, ou será que devemos nos arrepender por todas as fatias que já engolimos, às vezes com goiabada caseira (também despida).  O queijo mineiro, principalmente da Serra da Canastra, é apreciado como uma iguaria, porém se for levado à geladeira altera seu sabor original, como querem esses “soldados” que doam suas vidas, se preciso for, para nos livrar desse “venenoso alimento”.
Parece que o Procon não sabe, mas costumamos, “até mediante torturas físicas”, deixar os queijos expostos ao ambiente para que eles fiquem curados. O IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária), casa de burocratas, impõe que ele seja embalado a vácuo e que traga na embalagem informações nutricionais. A continuar nesse pique o pão francês será o próximo, imagine um pãozinho embalado individualmente, com uma tabelinha de nutrientes e data de validade para sabermos se ele está quente do forno ou não. Tratam-nos como se fôssemos ignorantes e sequer soubéssemos escolher uma fruta, um doce ou um pé de alface. Estão extinguindo as chances de sobrevivência do pequeno produtor rural, aquele mesmo que por falta de opção vai ser um João Ninguém na cidade, onde seus filhos poderão exercer atividades menos regulamentadas como o tráfico.
O excesso de normas inviabiliza os pequenos negócios em detrimento de grandes laticínios e hipermercados, portanto gera desemprego e tensão social. Fica, para as autoridades, um questionamento do povo: Se prendem os queijos, porque não prendem os ratos?"

quinta-feira, 17 de março de 2011

Ser ou não ser...

Olá galera,

nesse espaço iremos discutir o processo que configura o mundo em que vivemos e analisar as práticas socioculturais que nos caracterizam.
Afinal, o que é ser moderno? Até que ponto ser moderno é algo positivo ou negativo?
O que nos torna diferentes de outras gerações? Você é moderno?

Era das revoluções

O mundo contemporâneo é herdeiro da Era das Revoluções caracterizado pelas Revoluções Industrial, Francesa e o Iluminismo que fornecem as bases nas quais nos assentamos. Mas como chegamos até aqui??

Nada é eterno



Lulu Santos tem razão? Por quê?

Olhe para dentro de si...
Provavelmente, desde que chegou à UFTM em meados de fevereiro, já mudou algumas concepções. Normal, coisa de humano!
O que é melhor? Mudar continuamente ou conservar os paradigmas?