Mundo Moderno

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Função social da escola

Para que servem as escolas?

Comumente, a resposta a essa indagação é que a escola serve para educar o indivíduo, preprando-o para a vida e para o trabalho.
O que mais? Qual é a função da escola?
No documentário abaixo, produzido por Erdfilmes em 13 cidades do Piauí, a função da escola é discutida por autoridades e pessoas comuns.

Paradigmas modernos

A educação tem papel primordial na vida do homem.
A família é a primeira forma de socialização do homem e aí inicia seu processo de aprendizagem. Ao longo de sua vida, o homem interage com outros homens e nesse exercício constrói sua realidade. A família, a escola, a igreja, o grupo social colaboram nesse processo de educar.
Há modelos diversos de educação e um deles, de modo crítico e divertido, é apresentado no link:http://xucurus.blogspot.com/2009/11/o-homem-moderno-para-quino.html


Como ensinou o mestre Paulo Freire: "Ninguém educa ninguém, ninguém se educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo."

Memórias de flâneurs em seus exercícios de flânerie

Os textos abaixo são experiências de universitários que praticaram flânerie (observação curiosa e analítica do mundo moderno). Após leituras e discussões a respeito do flâneur, os estudantes foram instados a observar a realidade e materializarem suas percepções em produções discursivas.
Baudelaire nos mostra que a figura denominada Flâneur em sua obra nada mais é do que "uma pessoa que anda pela cidade a fim de experimentá-la". Em outras palavras, um sujeito que usa as ruas e a boemia como inspiração para sua arte, seja ela através de pinturas, musica, literatura, etc. Este Flâneur anda pela cidade, quase imperceptível, sem destino e absorve tudo ao seu redor, tudo o que seus sentidos conseguem captar.
Os elementos que o inspiravam vinham dos burburinhos, das manifestações sociais e de tudo que o cenário moderno poderia lhe oferecer.
Já no mundo pós-moderno, observa-se que o Flâneur teve que se adaptar a uma reformulação nos costumes e no aumento da força de trabalho neste contexto, se assim pode-se dizer. Shoppings, bares, feiras, e até a própria internet viraram seu “campo de exploração”. Ainda nesta pós-modernidade, esta figura que era conhecida por ser solitária, agora se insere no meio de grupos e, assim tornou-se, de certa forma mais flexível.
Peço licença para falar sobre minhas próprias experiências. E como um dos frutos desta experiência, escrevi um pequeno texto que não pode de forma alguma ser considerado um poema ou uma poesia apesar do formato.
Um andante e um destino

Abro meus olhos, visto uma roupa qualquer,
Sim, sou um ser aleatório, indefinido e oculto,
Assim como o caminho que vou tomar,
Talvez dure alguns instantes, ou ainda um dia todo,
Seguindo pelo acinzentado chão que o concreto cobre,
Disputado por um baixo nível de asfalto esfarelado.

Os sons se misturam entre altos e baixos,
E entre estilos diferentes me confundem.
Descrevo esta longa ladeira até o centro comercial,
O tumulto, a calçada movimentada, o espaço do povo,
Todo este caos pós-moderno trazido pela metrópole,
Encoberto por um céu vermelho bem destacado,
Assim como a cor símbolo do marketing capitalista.

Rápido e forte como o vento vindo do Sul,
Chega à noite, e com ela a nostalgia,
Postes incandescem a cidade com um tom alaranjado,
O comercio se encerra, e as calçadas antes tomadas pelo povo,
São trocadas pelo trafego inquietante de carros pelas ruas.
O frio chega, trazendo consigo o cansaço e a necessidade de um [abrigo.

E nesta hora passo a me contradizer,
Antes, era um jovem andante e sem destino algum,
Agora, encontro um: Aquele de onde despertei,
Aquele de onde parti, quando este conto começou,
E aqui estou, a descrever esta selva de pedra,
Em que um dia me inspirei.
By Raphael Figueiredo Zanelato (História)





ANÁLISE DOS COMPORTAMENTOS PESSOAIS EM UM PONTO DE ÔNIBUS COM RELAÇÃO À MODERNIDADE

                   Para a realização do trabalho, escolhi o ponto de ônibus. Ele é um espaço público, onde todas as pessoas podem ter acesso. Mas o que mais me chamou a atenção é o tipo de pessoas que o freqüentam e os seus respectivos comportamentos. Podemos observar também que o grupo de pessoas que o freqüentam e seleto pois, as pessoas de classes mais favorecidas tem seu próprio veículo, enquanto as “subalternas” utilizam desses serviços.By Eduardo Petrucci (Geografia)
            Outro fato curioso é o tipo de roupa que as pessoas utilizam, umas são mais bem vestidas que outras, umas estão com o seu uniforme de trabalho, escola, etc; tudo depende de qual linha de ônibus o indivíduo vai pegar, por exemplo: As pessoas mais bem vestidas vão para o shopping, para condomínios mais afastados da cidade ou para algum outro bairro onde o nível econômico seja um pouco mais elevado. Mas esta observação não é uma regra, nem sempre podemos associar as vestes ao destino das pessoas.
            O ponto de ônibus que escolhi para analisar está localizado na Av. Nenê Sabino, nas proximidades da Universidade de Uberaba (UNIUBE). Ele é muito grande, passa muitas linhas de ônibus de duas empresas, a Viação Piracicabana e a Líder. Sinceramente o que mais me intriga é o comportamento das pessoas dentro do coletivo e fora dele, quando estão esperando-os.
            Na minha concepção, tenho como lugar público um espaço de interação entre seus ocupantes, de relações, de comunicação. Mas o que eu posso observar é que isso não ocorre, as pessoas são distantes umas das outras, é muito difícil a comunicação entre elas, quando muito para pedir alguma informação, não vejo nenhuma saudação cordial, nenhum afeto, nenhum cumprimento, o que nos dá a sensação de liquidez, onde não são feitas relações duradouras, consistentes. Isso pode ser uma das conseqüências da modernidade. Essa questão também foi intrigante para ZYGMUNT (2001), ele argumentou;
“Quando a distância percorrida numa unidade de tempo passou a depender da tecnologia, de meios artificiais de transporte, todos os limites à velocidade do movimento, existentes ou herdados, poderiam, em princípio, ser transgredidos.”
            O que é percebido não só por mim, mas em geral, é que as pessoas de hoje não se relacionam mais como antigamente, onde eram sólidas essas relações. Na maioria das vezes os passageiros estão com seus fones de ouvidos, o que nos dá a sensação de que esse indivíduo está excluindo qualquer possibilidade de comunicação com outros indivíduos.
            Será que futuramente as comunicações entre as pessoas serão somente por aparelhos eletrônicos? Será que cada vez mais estaremos nos distanciando das pessoas por conta da modernidade?
            Essas questões são complexas, mas não impossíveis de analisar. É fato que as pessoas cada vez mais estão sem tempo, mas o que nos dá esperança é que elas não deixaram de se comunicarem e nunca deixarão. Então eu acredito que mesmo que sejam mantidas relações “virtuais”, ou “eletrônicas”, é fundamental que elas ocorram.
            Hoje em dia, “a forma prática de identificar e conhecer os outros é mais rápida e direta: pela maneira como se vestem, pelos objetos que exibem, pelo modo e pelo tom com que falam, pelo seu jeito de comportar.” (SEVCENKO, 2001, p. 64), houve uma “supervalorização” no olhar, só de ver outra pessoa, achamos que sabemos que ela é, de onde veio ou qual deverá ser seu comportamento. Isso acaba por afastar de vez as pessoas, principalmente num ponto de ônibus, as pessoas estão cada vez mais isoladas, elas se sentam espaçadamente, de preferência um banco de distância, e mesmo dentro do ônibus, elas preferem ocupar uma poltrona sozinhas, sendo que poderiam interagir com alguma outra pessoa, de cidades diferentes, de culturas diferentes, assim poderiam aprender mais, respeitar mais, aceitar mais, enfim, poderiam ter experiências únicas com uma simples conversa.
            E parece que cada vez mais essa “supervalorização” do olhar está tomando conta das pessoas, o que é lastimável.
            Tomando como base as cidades pequenas, onde as pessoas se relacionam mais com seus vizinhos, com as pessoas do seu bairro ou comunidade, porque onde vivem há menos riscos de serem assaltados, seqüestrados. Acredito que esses fatores é que bloqueiam as pessoas das cidades grandes se relacionarem.
            Enfim, as pessoas cada vez menos interagem entre si, seja por medo, por vergonha, por pressa, ou por qualquer outro motivo, mas devemos sempre lembrar o quão fundamental é essa comunicação, pois ela é quem nutre as bases de uma sociedade, faz com que as pessoas não se rejeitem, não se anulem, mas sim sejam mais felizes e compreensivas.

REFERÊNCIAS:
BERMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. P. 7-21.
SEVCENKO, N. A corrida para o século XXI. No loop da montanha russa. São Paulo: Companhia das letras, 2001.

By Eduardo Petrucci (Geografia)